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Esta exposição, tendo como ponto de partida as Songs of innocence & Songs of experience de William Blake, foi apresentada na bedeteca de Lisboa em 1999. 8 pinturas com diferentes frisos impressos em cartão e 6 desenhos com frisos ao alto dividindo o espaço ocupado por pares de animais que se complementam. Estava presente a ideia de iluminura, num encontro entre dois universos que assim queria deixar que se tocassem: Os livros iluminados da Idade Média, que ainda me deslumbram, e o trabalho de William Blake de quem sei sempre menos do que seria justo saber, mas de quem em cada vez que leio e vejo, sinto mais profundamente a tal ideia de verdade que assiste a quem honestamente consegue ser e dar a conhecer o seu conhecimento.Talvez seja um bom exemplo a imagem do cérebro que funciona como casulo, onde o pensamento em forma de larva sonha a borboleta. Sobre o William Blake não posso e não devo dizer nada. Acabaria por ser de menos e inexacto. Posso dizer que o facto de a escrita se apresentar na forma de rima fez despoletar o ritmo dos frisos e que a aceitação dos contrários como necessários à existência das partes que só assim existem, por relação, está na base de querer trabalhar a partir destes textos. No catálogo escrevi: “Songs of Innocence & Songs of Experience de William Blake, foi de onde parti para este trabalho. As imagens que fiz não querem ser ilustração dos escritos de W.B., embora tenham ficado presas a um sentido e dependentes de uma leitura. Não as vejo também como pinturas ou desenhos, sinto-as como imagens-iluminuras. A inocência é um campo generoso e aberto à experiência. A experiência é o nome que se dá ao processo enquanto decorre e o que resulta dele”
(continua)
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