Maria João Worm


Project Fountain #5 (dois poemas traduzidos)
16 Janeiro 2011, 6:38 pm
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História de Amor

Encontrei uma flor num muro. parecia um fóssil

No tecto da casa havia outra flor que por vezes parecia um rosto.

deformava-se com a ajuda da luz e da persistência.

Quando insistimos em olhar as imagens,

o desejo de fazer coincidir o olhar com o tempo,

não consegue o lugar de encontro,

entre demasiado e intensidade.

Apesar de todo o cuidado, os tectos e as paredes mudam.

Não se podem usar palavras com suficiente exactidão

para definir as paisagens que se servem sem julgamento.

Tudo o que existe fora deste lugar indica pela forma concêntrica

que estamos geográficamente na intersecção dos ossos.

E a carne que nos é servida é a do nosso coração.

Ocorre por vezes a eternidade, a desnecessária explicação da vida.

A morte densa e azul, feita de corpos fisicos,

aproxima-se da representação de uma alma táctil,

expressão traduzida a vermelho de um corpo opaco e pesado.

Este deserto onde o ar é quase irrespirável

sobrevive através de tudo o que anuncia a morte.

O sol está no chão e o o céu gravado em estrelas fósseis.

(texto de Louise G. Traduzido por Rosalinda F.T.)

 

       O principe das mãos vazias

       Carreirinhos são lugares

        Que se podem percorrer

        Exercicios do olhar

        Que os pés deixam antever

         Se cada passo que fica

         Justifica um mais à frente

         Mesmo que se repita

         Vai sempre sendo diferente

         Como os passos são precisos

         Para definir os lugares

         Os seus cabelos são lisos

         De tanto os acarinhares

          Escorregam os olhos suaves

          Pairando pelo calor

          Lembrando o vôo das aves

          Nos dedos do teu Amor

(Poema popular de um anónimo, traduzido livremente por Mateus Oliveira W.)

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