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História de Amor
Encontrei uma flor num muro. parecia um fóssil
No tecto da casa havia outra flor que por vezes parecia um rosto.
deformava-se com a ajuda da luz e da persistência.
Quando insistimos em olhar as imagens,
o desejo de fazer coincidir o olhar com o tempo,
não consegue o lugar de encontro,
entre demasiado e intensidade.
Apesar de todo o cuidado, os tectos e as paredes mudam.
Não se podem usar palavras com suficiente exactidão
para definir as paisagens que se servem sem julgamento.
Tudo o que existe fora deste lugar indica pela forma concêntrica
que estamos geográficamente na intersecção dos ossos.
E a carne que nos é servida é a do nosso coração.
Ocorre por vezes a eternidade, a desnecessária explicação da vida.
A morte densa e azul, feita de corpos fisicos,
aproxima-se da representação de uma alma táctil,
expressão traduzida a vermelho de um corpo opaco e pesado.
Este deserto onde o ar é quase irrespirável
sobrevive através de tudo o que anuncia a morte.
O sol está no chão e o o céu gravado em estrelas fósseis.
(texto de Louise G. Traduzido por Rosalinda F.T.)
O principe das mãos vazias
Carreirinhos são lugares
Que se podem percorrer
Exercicios do olhar
Que os pés deixam antever
Se cada passo que fica
Justifica um mais à frente
Mesmo que se repita
Vai sempre sendo diferente
Como os passos são precisos
Para definir os lugares
Os seus cabelos são lisos
De tanto os acarinhares
Escorregam os olhos suaves
Pairando pelo calor
Lembrando o vôo das aves
Nos dedos do teu Amor
(Poema popular de um anónimo, traduzido livremente por Mateus Oliveira W.)