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Um lugar com paredes brancas. Dois homens trabalham, o espaço está em obras que parecem estar a ser finalizadas. Existem plásticos duros e quase transparentes que protegem o chão. A luz enche o espaço. Os homens parecem dedicados ao que fazem. Em cima de uma mesa de madeira está um papel. Poderia ser apenas um papel mas é um papel que tem uma pintura, parece uma pintura daquelas a que chamamos arte. Entra outro homem na sala. Os que trabalham param, olham para ele e um diz-lhe que a filha dele gosta de mulheres como o pai.
Quem falou ri-se e torna-se enorme e sabe que tem força. Pega numa madeira perdida e ata o homem que acabou de chegar. Eu não sou como a tua filha diz-lhe. E enquanto o diz sobe-lhe o que parece sangue à boca. É pastoso e escuro. Avança sobre o que ficou preso na madeira.
Mais tarde, não sei quanto tempo depois, saem do quarto branco. Já liberto e acompanhado pelos outros, o homem trás na mão o papel que estava em cima da mesa. Têm a expressão da concretização, mais do que isso têm a prova. Não sei porque estou naquele lugar mas eles apenas me querem ali como testemunha. O papel é uma pintura concluída. Sobre os tons de azul e verde e algumas linhas de amarelo tinham pintado com sangue traços largos, contornos.
Lydia F. Paradise
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