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Quando as casas vão abaixo, fica o respeito da memória ocupada pelo espaço vazio. A ausência flutua contra todas as regras fisicas. As paredes ligadas ao prédio do lado ainda se mantêm, guardam a cor numa quadricula, do que foi a sala, o quarto, a casa de banho, a cozinha, o hall de entrada se for esse o caso da construção. Mas é impressionante o que fica na parede. Pinturas de espaços agora confinados ao plano; como se fossem pinturas à parede que nem outra coisa na vida tivessem contido. Outro ponto importante é que se perde a divisão, apenas a cor diz onde foi o lugar que agora está prensado na única dimensão, cada parede é um quarto porque as outras três caíram. Não há chão e perdeu-se o tecto, fica uma pintura amputada que só por si faz o carrego das paredes que se foram. Lá em baixo crescem ervas, plantas que ninguém semeou, o que sempre esteve presente no alicerce anterior.
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