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Cá p’ra mim eu quero ter um grande tudo
onde caiba tudo o resto
para além do que lá estava
antes de o ter só p’ra mim.
Quero tudo.
Claro fique no papel das minhas posses.
Quero mais que isto ou aquilo.
Que no tudo cabe tudo e o que está por inventar.
Mesmo o que se esconde debaixo das carpetes,
ou tesouros entremuros,
pão-de-ló e ovos moles e bolachas integrais.
E migalhas pequeninas
e roscas e pão ralado.
De quem é o centro da terra,
e as mais altas montanhas,
as estrelas perdidas no espaço
mais as luas a retalho
e os cometas de aluguer?
Mas não pensem que só quero riquezas.
Os palácios e os navios
possuir grandes empresas
mares inteiros, grandes rios.
Quero também sorrisos
quero a vida das crianças
saber todas as histórias
comover-me humanamente,
compadecer-me igualmente,
desfalecer de paixão.
Renascer mesmo a seguir
com a música da minha orquestra.
E gritar bem alto.
Tende cautela com os possiveís ociosos
branquistas falaciosos
de vistas encandeadas.
Defensores do branco puro
mas à força da lixivia.