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Houve em tempos, 2 séculos atrás, um muro chamado Muro do Derrete.
Que em 2 domingos consecutivos acontecia na feira das Mercês.
Quando não havia feira, decerto nele poisariam pardais e dormitariam gatos.
Ou caracóis guiados, pela branda marcha da aventura, lhe terão deixado o brilho passageiro do seu muco lunar cristalizado.
Geograficamente, entre eventuais musgos verdes e líquenes amarelados, carreiros de formigas reconheceram o terreno.
Uma ou outra lagartixa terá aproveitado um momento de introspecção, e decerto terão sido muitas as assinaturas em mijo.
Estamos portanto, aparentemente, a falar de um muro transponível de baixa compleição, aprazível e discreto não fora os dois domingos do calendário da feira.
Aí o muro tomava o lugar de assento para meninas em idade casadoira à espera de serem examinadas, namoradas e finalmente escolhidas, por rapazes imbuídos do mesmo propósito final.
Quero crer que nas Hortas, à sombra do arvoredo, um homem que tocava realejo e uma rapariga que trocava frases soltas, se encontraram e foram juntos ver o Teatro Circo Price na rua do Salitre.
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