Maria João Worm


O INFINITO
7 Junho 2014, 4:53 pm
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O infinito existe no prolongamento dos espelhos,

na ideia de que eu sei que tu sabes e será mais do que a passagem do símbolo olímpico de luz ,

não é só uma prática é uma visão.

O infinito é a esperança, que se perpetua e se reinventa no que se dá no fim de cada vida.

O infinito existe no ínfimo, na réplica da forma redonda que se move impelida para além dela.

Um movimento sem vontade nem escolha, embora saiba que tem um eixo.

Como todos os conceitos, coisas cerebrais que nos fazem paragens neuronais.

O infinito está no tempo antigo do impulso, na possibilidade de saber antes de conhecer.

É profano e sagrado, maior do que qualquer corpo. Mas é no corpo que se sente a sua tendência de ascese.

Já vi o infinito em imagens, já o ouvi em conversas que acabam muitas vezes no dia seguinte, já li esse tempo, já o ouvi.

Ir para um pequeno pormenor, uma águia que se fixa no céu.

Desdobramento e quietude.

Sabedoria que não se detém. Vontade que se multiplica na expressão de reconhecer.

Gostava de morrer atempadamente, nem pela maldição dos cigarros, nem no prolongamento dos fármacos.

Não quero nem o vício da vida nem o da morte.

É talvez certo que mudamos o modo de pensar.

Bem sei que provavelmente o que amo se há-de transformar.

Mas no que sinto tenho de cada vez o infinito, duro por se apresentar assim, no para além de mim e ao mesmo tempo com o encanto de me dizer que permanece.

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