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As palavras têm vindo a tomar significado ao longo da minha vida.
Significado é reconhecer o corpo da palavra no meu corpo. É viver a palavra, representá-la. Ser a palavra.
A impermanência, já sabia dela. Incómodo a chegar à dor, cadência do inevitável que renova, condicionado pela construção racional apaixonada cegamente pela certeza dos números.
Contagem do tempo que agora tenho fixa paradoxalmente em mim própria num alvo.
Ela aproveita o alimento que eu sou enquanto vivo a minha impermanência.
Temporariamente factual.
Dizem fórmulas matemáticas o que sabíamos. Lentamente as circunferências concêntricas aparentam o imutável.
O significado muda, cala-se profundamente e assim pode permanecer.
Ruminar como os muros mais antigos, arredondados, afundados na terra donde saiu a matéria que os construiu.
E de repente reparas que nasceu uma haste verde, no lugar onde te dizem morreu uma flor.