Maria João Worm


Um incómodo, uma pergunta
4 Abril 2018, 11:46 pm
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arvores

Aquela que espero que me aconteça.

A tal a que me possa permitir dar o que por si mesma me inclua, e maior do que eu consigo ater. Espero por ela. Desenvolvo o verbo insoniar. A assistir ao tempo que passa, sem dormir, pensando que vou de viagem numa camioneta, junto à janela (tenho sorte).

Na parede as sombras ondulam pois o estore não fecha totalmente a passagem da luz, e se tenho roupa pendurada lá fora  e se houver nesse dia vento, escrevem-se poemas na parede a que assisto. Escreve-se e apaga-se, perante os olhos, e  apresenta-se uma parte do que o movimento é capaz. E é por vezes belo e apesar de tudo nunca, porque varia em pequenas subtilezas que quem pinta sabe que é mesmo assim… fica o olhar mais preciso de se ser capaz de distinguir tonalidades.

Quando estou assim, não tenho um caderno por perto, e então aparecem palavras que dizem ser de muita importância… Elas sabem que o são assim por não haver um caderno. E eu não me levanto para as escrever. Porque não lhes quero estragar o valor da importância e porque já o fiz de outras vezes e elas ficam registadas com outa voz. À noite deixem-se as palavras ficarem sábias, são-no em si e eu sei, elas sabem.

Poemas maravilhosos de árvores altas a dizerem que tudo fica mais extremo.

Ainda não foi desta vez.

 

 

 

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